sexta-feira, 17 de junho de 2011

Tanto faz

"E se eu fosse o primeiro
a voltar pra mudar
o que eu fiz
quem então agora eu seria...

Tanto faz.

O que não foi, não é.
Eu sei que ainda vou voltar...
...mas eu quem será?"

Rodrigo Amarante.

sábado, 11 de junho de 2011

Errante

"Vê: a compreensão oferece a felicidade em território melancólico
mas oferece também o boa noite ao acordar."

Sim! E se sonha com um lugar
Onde se pode ser indiferente a indiferença!
Esse lugar existe e eu vou para lá!

"Acorde, rapaz. Você não possui toda pureza, não adivinha o que vai encontrar e nem sequer sabe o que é amar!
Tudo que você sabe é apenas caminhar..."

Mas sei o que quero, sei da fidelidade
Sei do que é mentira e principalmente do que é verdade!

-

E ele andou, caminhou. Firme e lúcido...

...e no final de tudo, dele nada dependeu. Dele nada depende.
Dele, nada dele.
É o fim, é o precipício, é morto.

Sofre. É pranto e ponto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cisão

E sem meu perdão, sigo em frente...
...Mas sempre em mente o que mente o coração.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Devaneios noturnos

Em casa, na cama, mirando o teto, inquieto.
O sono que ali estava deu lugar a um sentimento estranho...
Sensação de perda. Perda de tempo, de vida, de espaço.
Em plena madrugada olhava os móveis repousados, calmos. E cada vez que atualizava essa calmaria em minha cabeça, sentia pontadas no coração.
Tudo a descansar marcava-me mais ainda o desassossego.
Os sons vindo da rua, dos carros, as vozes, os gritos das pessoas adentravam meus ouvidos e atravessavam a mente. Alguns tirando fino, outros porém indo em cheio em minhas memórias, excitando as sinapses virulentamente e causando a injustiça de alar o pensamento de um minado corpo.
Que pode aquele corpo? Que pode aquele ente?
Se por mais que ele queira algo, ele sabe que o efeito das suas ações só será sentido por si próprio. Que adianta? Se os pensamentos, meu e dos outros seres, não se entendem porque não se veem, não se tocam, não se cheiram. São universos, mundos distantes. Diversos.
Loucura querer misturá-los? Mas é só loucura o que fazemos. Se não, como estabelecer vínculos?
Somos feitos para enlouquecer. Ou melhor, somos o enlouquecer ativo. Somos aquilo que cria. Aquilo que está ai, no mundo. E isso deveria estar longe de ter um estatuto ruim para nós. Achamos ruim a angústia porque criamos e achamos que não criamos. Criamos e damos subsistência a criatura. E ela volta.
Volta de dia, volta de noite.
Na escuridão do quarto, essa heteronomia desperta. Com ela, a solidão, o desamparo.
E é lá, sozinho e estranho para aquela cama, com mãos quentes e pés gélidos, que tento me encontrar com tudo que criei.
E é lá, que durmo e acordo pra outro viver.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O antes do fim

O medo de conseguir é algo intrigante.
Intuir, preparar, fazer, deixar acontecer e...sentir medo da conclusão.
Sentir medo do sucesso.
Curioso esse movimento. Tão surpreendente quanto paradoxal.
Se a consagração é uma certeza, nesse caso, a certeza é de um refugo.
Mas para que fugir?
Que sentido há de ter tamanha covardia e sabotagem?
Um sucesso desmerecido? Um caminho sem volta?
Influir no mundo? Angariar responsabilidades?

Que medo é esse? Que limite é esse?
Medo de tudo ou medo do nada?

Receio de concluir, encerrar. Fechar e fechar-se, saber e saber-se...
...Ahhh, há mistérios demais nessa vida!

Mistérios suficientes para me inclinar a desistir de enxergar e cravar as respostas.
E nem menos, nem mais feliz,
Me satisfaço com o quase.