Bem-vindo a uma humanidade do impulso.
O nada e o alguma coisa se encontram e adventa o ser humano. Ente ansioso por "conhecer", se contamina com a felicidade e a calmaria do saber. Saber pronto (Saber e Pronto!). Saber que é verificável. Vai lá, dá uma olhadinha, aperta, joga, quebra, usa, mede, calcula e pronto. Ideia e coisa harmonizadas e surge aquela empolgação, aquele calor no corpo e uma sensibilidade divina! Ufa! Já sei construir o mundo que me foi dado, já sei ser feliz e já tenho ideais sólidos!
E começam a surgir as contradições. A lógica vai indo pro espaço e nada mais faz sentido. A angústia cresce e as questões - e o vazio - sobre a vida retornam.
- Peraí: Por que sinto felicidade se essa situação é triste? Porque não me sinto culpado por este crime? O que é um verdadeiro ideal? Como saber se é por isso mesmo que vale viver? Aliás, Como saber que se pode saber? Como se sabe que se pode saber sobre o saber e saber que aquilo é, de fato, saber sobre algo? A dúvida suscita esforço, combustível, empolgação e... tanto desânimo! A dúvida é eterna? Que brincadeira de mal gosto da divindade! Que liberdade enclausurante! Um labirinto de paredes tão extensas e distantes que é impossível vê-lo do mesmo plano que estes ou aqueles olhos. Vou subir. Vamos subir! Subam o quanto quiserem, voem, projetem-se no céu e então veremos o labirinto.
Foram e voltaram. E cada um contou a respeito de um labirinto diferente...
- Não há qualquer coisa que faça completar meu espírito...e vai ficar por isso mesmo? Que desesperador! Que seja decretada e instaurada a purificação do saber, já! Banhem já poética e artisticamente este lugar. Contem a história de trás pra frente, olhem com os ouvidos e respirem fundo pela pele. Seja alguém se reconhecendo ninguém. Minta! Minta quando o assunto for algo que já é. O já é ja era. Ande ou corra saltando e nunca, nunca pare! Chega, chega de fixar as coisas! Seja 100% transitório! Enlouqueça e neutralize esse vazio do peito que de nada nos serve!
E assim pendulamos, indo de uma certeza a outra. E assim perduramos no sofrimento. Por que oito ou oitenta? Por que ficar com o tudo ou o nada, se tudo e nada são a mesma coisa quando se olha do mesmo lugar? Por que não encostamos em nossa existência? Por que abrimos mão da riqueza de singularizar, de notar as possibilidades ocultadas no entre, desafogar, e ver realmente diferente?
Aonde está a nossa presença?
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