terça-feira, 25 de outubro de 2011

Amor sem tempo

Que devo amar em você?

Os olhos negros e foscos, que me espelham e descascam até as vísceras?
A malícia disfarçada de quase pureza?
A sua história, suas lembranças em mim?
A expressão indignada de menina no corpo de mulher?
O enigma do seu timbre?
O poder de minorar e dar contorno a perfeição?
A perseverança polida do seu nome?
Aquilo que alcanço, aquilo que entendo em você?
Aquela confidência, aquela incoerência?
O seu poder de me culpar?
O inferno da sua ausência e presença?
A benevolência com que a natureza te trata?
As suas mãos e unhas pálidas?
A intensidade mórbida?
O dom inefável de saber do choro de sua alma, dia após dia?
A esperança?
O grito de distância valorando o enredo?
O atraente destino?
As feridas abertas e as cicatrizes?
O Inexprimível acontecimento "eu e você, aqui"?

Ou apenas nada disso? Ou apenas tudo isso?

Sigo! Siga! Segue o gosto agridoce da sua presença, perfurando e cruzando qualquer fase, contexto ou mundo que eu viva.

E no fim, enfraqueço o corpo; ardo a alma.


O que já amei, o que amo, o que amarei...
Todos juntos, clamam: Que devo amar em você?

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